sábado, 5 de agosto de 2017


Projeto contra imigração de Trump é visto com 

ceticismo.



Após uma série de derrotas políticas, o presidente Donald Trump anunciou ontem um projeto de lei que visa a reformar o sistema de imigração do país reduzindo à metade a concessão de vistos permanentes, que priorizariam a capacidade técnica e financeira dos postulantes em detrimento de laços familiares. Mas a proposta já sofre críticas e é vista com ceticismo: especialistas veem dificuldade para a sua aprovação. Desgastado, o governo sequer conseguiu reformar o sistema de saúde, obsessão dos republicanos. Assim, o projeto apresentado ontem na Casa Branca, para muitos seria apenas mais um factoide para tirar o foco dos diversos problemas que rondam o presidente.
Inspirado no sistema de imigração do Canadá e da Austrália, o projeto prioriza a distribuição dos chamados green cards a pessoas que falam inglês, têm boa qualificação técnica e condições financeiras de se sustentar. Atualmente, laços familiares são importantes na concessão destes vistos permanentes — apenas um em cada 15 segue critérios técnicos, segundo anunciou a Casa Branca. Além disso, o projeto quer reduzir, em dez anos, a concessão destes vistos à metade: atualmente, são liberados um milhão de green cards por ano.

A proposta segue a linha defendida por Trump durante toda a campanha eleitoral, quando tinha como slogan “EUA em primeiro lugar”. Algumas ações que prometeu, como o muro na fronteira com o México, a extradição imediata de 12 milhões de imigrantes sem papéis e o veto a pessoas de seis nações de maioria muçulmana, ainda não começaram ou foram implementadas parcialmente e graças, apenas, a uma liminar da Suprema Corte.

O projeto, apresentado por dois senadores republicanos sem grande expressão nacional, não conta com nenhum tipo de anistia ou perdão aos imigrantes já vivendo nos EUA. Os senadores também propõem dar fim à loteria que concede 50 mil green cards por ano, principalmente em áreas tradicionalmente sem muitos imigrantes. O projeto pretende ainda limitar o número de refugiados a 50 mil por ano.


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