Caravaggio (1571-1610) foi o pintor mais original do século XVII, veio injetar vida nova na pintura italiana após a artificialidade do Maneirismo. Conduziu o realismo a novas alturas, pintando corpos em estilo absolutamente “barra pesada”, em oposição aos pálidos fantasmas maneiristas. Desse modo, Caravaggio secularizou a arte religiosa, fazendo os santos parecer gente comum e os milagres, eventos do cotidiano. Embora se especializasse em grandes pinturas religiosas, Caravaggio defendia a “pintura direta” da natureza – ao que parece diretamente dos cortiços mais sórdidos. Na obra, ”Chamado de São Mateus”, por exemplo, o futuro apóstolo está numa taverna escura, cercado de homens chiques contando dinheiro, quando Cristo ordena: “Siga-me”. Um foco de luz diagonal ilumina a expressão aterrada e o gesto de perplexidade do coletor de impostos. Caravaggio usa a perspectiva de modo a trazer o espectador para dentro da ação.
Andrea Pozzo (1642-1709) realizou grandes composições de perspectiva nas pinturas dos tetos das igrejas barrocas, causando a ilusão de que as paredes e colunas da igreja continuam no teto, e de que este se abre para o céu, de onde santos e anjos convidam os homens para a santidade. Este mestre também adotou também, a composição centrifuga , ou seja, a aglomeração das figuras nos lados da pintura, deixando abrir-se ao centro uma larga zona do céu. Exemplo da sua pintura é o teto da igreja Santo Inácio, em Roma, conhecida como “A Glória de Santo Inácio.”
A Itália foi o centro irradiador do estilo barroco. Dentre os pintores mais representativos, de outros países da Europa, temos:
Diego Velázquez (1599-1660) pintor espanhol, batizado de Diego Rodriguez da Silva y Velázquez, além de retratar as pessoas da corte espanhola do século XVII, procurou registrar em seus quadros também os tipos populares do seu país, documentando o dia-a-dia do povo espanhol num dado momento da história. Usava os princípios da pintura barroca, como os efeitos luminosos são usados – não através de contrastes ásperos, mas sim com uma continua e gradual mudança de intensidade nas várias zonas da tela – para fazer da composição um jogo de anotações coloristas simbólicas, escondidas atrás de uma aparência de absoluta adesão ao tema.
Rubens (1577-1640) nascido em Flandres, atualmente Bégica, como Sir Peter Paul Rubens conhecido como “Príncipe dos pintores e pintor dos príncipes” teve uma vida sofisticada, que o levou às cortes da Europa como pintor e diplomata. Um raro gênio criativo, tinha uma formação clássica e era sociável, bonito , vigoroso e viajado. Falava fluentemente vários idiomas e tinha uma energia inextinguível. Além de um colorista vibrante, se notabilizou por criar cenas que sugerem, a partir das linhas contorcidas dos corpos e das pregas das roupas, um intenso movimento. Em seus quadros, é geralmente, no vestuário que se localizam as cores quentes – o vermelho, o verde e o amarelo – que contrabalançam a luminosidade da pele clara das figuras humanas.
Rembrandt (1606-1669), holandês, nascido Rembrandt van Rijn, teve grande sucesso como pintor de retratos, mas sua fama também repousa nos quadros sérios, introspectivos, de seus últimos anos, pinturas em que o sombreado sutil implica uma extraordinária profundidade emocional. O que dirige nossa atenção nos quadros deste pintor não é propriamente o contraste entre luz e sombra, mas a gradação da claridade, os meios-tons, as penumbras que envolvem áreas de luminosidade mais intensa. Rembrandt evoluiu dos pequenos detalhes para figuras de tamanho grande, pintadas com grandes borrões de tinta. Ele praticamente entalhava o pigmento, espalhando com a espátula uma pasta pesada espessa e desenhando na camada de tinta malhada com o cabo do pincel. O efeito é uma pintura irregular que cria um brilho ao refletir e difundir a luz, enquanto as zonas escuras levam uma fina camada vidrada para realçar a absorção da luz.
Frans Hals (c.1582-1666), um dos maiores retratistas da história da pintura, o holandês Frans Hals cumpriu um destino comum a outros grandes nomes da pintura: o extraordinário talento convivendo com intermináveis problemas financeiros. Nascido em Antuérpia, ele arrastou uma vida quase pacata em Haarlem, no norte os Países Baixos, e pouco se preocupou, durante sua carreira, com o estilo e as realizações dos grandes mestres italianos de sua época – como fez seu contemporâneo Van Dyck. Criador, entre outras, de telas memoráveis como Cavaleiro Sorridente, talvez o mais admirado retrato do mundo depois da Mona Lisa, Hals foi, em essência, um autodidata responsável, com seus belos retratos, pela criação de uma pintura independente em seu país.
Anton van Dyck (1599-1641) nascido em Antuérpia, foi um dos retratistas de maior sucesso da história da arte. Suas imagens fascinantes da corte de Carlos I influenciaram artistas de seu tempo e determinaram o curso do retratismo inglês nos duzentos anos seguintes. Brilhante e precoce, foi muito influenciado por Rubens, que o considerava seu melhor discípulo, embora Van Dyck tenha sido mais seu ajudante que um verdadeiro aluno. Acima de tudo um autodidata, ele adquiriu fama na Itália, executando retratos da aristocracia genovesa. De volta a Antuérpia foi ali também um artista muito requisitado: em seu estúdio, ajudantes e alunos acotovelavam-se com os clientes. Depois de designado pintor da corte de Bruxelas, para a Regente Isabel, foi feito primeiro-pintor do Rei Carlos I, da Inglaterra.
Vermeer (1632-1675), holandês de nome Johannes Veermer, apresentou muita técnica do uso da luz, enquanto outros pintores usavam uma gama de cinza, verde, marrom, as cores Veermer eram mais puras e vívidas, com uma intensidade de brilho jamais vista. Veermer usou uma “câmera escura” para obter maior perfeição do desenho. Consiste numa caixa escura com uma abertura minúscula por onde se projeta a imagem do objeto a ser traçado numa folha de papel. No entanto, Veermer não se limitava a copiar as linhas da cena projetada. Seu manuseio da tinta também foi revolucionário, usava de tal forma que se aproximava do pontilhismo dos impressionistas. Um crítico descreveu essa superfície como uma “mistura de pérolas socadas”.
William Hogarth (1697-1764), inglês que inventou um novo gênero – a tira cômica – ou uma sequência de quadros anedóticos que zombava das cenas do cotidiano. As massas compravam gravuras, tiradas aos milhares, baseadas nesses quadros, e Hogarth tornou-se o primeiro inglês a ser amplamente conhecido no estrangeiro.
Nicolas Poussin (1594-1665) embora o mais famoso pintor francês do século XVII não trabalhou na França, mas em Roma. Apaixonado pela antiguidade, ele baseou seus quadros nos antigos mitos e na história de Roma e na escultura grega. A ampla influência da obra de Poussin reviveu o estilo da antiguidade, que veio a ser influência artistas nos duzentos anos seguintes.
Claude Lorrain (1600-1682) De origem humilde, confeiteiro e depois assistente de um pintor decorativo, Claude Gelée de Lorraine transformou-se num dos mais seletos paisagistas do seu tempo. Passou praticamente toda a vida em Roma e trabalhando para os mais nobres clientes. Estudou à exaustão os efeitos da luz e a atmosfera dos campos vizinhos de Roma, suas representações da luz resultaram em imagens espetaculares. Lorrain deu um sentido de seriedade moral à pintura de paisagens. Suas paisagens imaginárias foram inspiração para outros pintores paisagistas da Europa, ao longo das gerações seguintes. Lorrain morreu em sua cidade adotiva aos 82 anos.
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