Até o início do século XIX o ensino
de arte ocorria no Brasil de modo largamente informal, nas oficinas dos
artistas e seus discípulos. O Estado subvencionava apenas uma modesta escola,
a Aula Régia de Desenho e Figura, fundada em 1800 no Rio de
Janeiro e dirigida por Manuel Dias de Oliveira. A transferência da
corte portuguesa para o Brasil em 1808 gerou profundas modificações
sociais e institucionais no país, até então uma colônia de economia extrativa e
agrária. Foram reorganizadas as instituições, os serviços públicos, a
administração em geral, e sentia-se a necessidade de atualizar o Brasil com as
correntes culturais mais avançadas que se desenvolviam na Europa da época;
ao mesmo tempo, havia séria carência de profissionais preparados para atender
às crescentes demandas por artífices e mestres em várias especialidades
técnicas, como a arquitetura, o urbanismo e a engenharia,
especialidades que, no costume da época, se sobrepunham e eram muitas vezes
ensinadas nos cursos de arte, e que seriam valiosas para
a industrialização e modernização da colônia, logo elevada à condição
de Reino Unido a Portugal. Assim, a instituição de uma academia de artes
no Brasil atenderia a diversas necessidades, práticas e culturais.
O Academismo no Brasil foi
a expressão institucionalizada de todo o sistema de arte que prevaleceu
no Brasil do início do século XIX até o início do século XX,
baseado nos princípios das academias de arte europeias. Nasceu com
a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios fundada por Dom João VI
em 1816 por incentivo da Missão Artística Francesa, floresceu com a
Academia Imperial de Belas Artes e o mecenato de Dom Pedro II e
encerrou-se com a incorporação de sua sucessora republicana, a Escola
Nacional de Belas Artes, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro,
em 1931.
Antes que um estilo específico, o Academismo é,
estritamente falando, um método de ensino artístico profissionalizante de nível
superior, equivalente ao ensino universitário moderno. No Brasil tal sistema
foi introduzido no período de vigência do Neoclassicismo, estilo do qual
foi um dos principais motores de difusão, e depois absorveu
estéticas românticas, realistas, simbolistas e outras que deram o tom
à virada do século XIX para o XX, expurgando delas o que não se enquadrasse na
formalidade da Academia.
https://academicismonobrasil.wordpress.com
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